A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana, e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
()
Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não furtam, muito pobres,
E eis aqui a Cidade da Bahia.
(Gregório de Matos. “Descreve o que era realmente naquelle tempo
a cidade da Bahia de mais enredada por menos confusa”,
in Obra poética (org. James Amado), 1990.)
O poema, escrito por Gregório de Matos no século XVII,
(A) representa, de maneira satírica, os governantes e a desones-
tidade na Bahia colonial.
(B) critica a colonização portuguesa e defende, de forma nati-
vista, a independência brasileira.
(C) tem inspiração neoclássica e denuncia os problemas de mo-
radia na capital baiana.
(D) revela a identidade brasileira, preocupação constante do
modernismo literário.
(E) valoriza os aspectos formais da construção poética parnasia-
na e aproveita para criticar o governo.