Memórias do cárcere, do romancista Graciliano Ramos, contam as desventuras do autor
enquanto foi preso político no Presídio da Ilha Grande, em 1936.
Apesar de ser um livro autobiográfico, o autor expõe, logo na abertura, as dificuldades de
reconstrução da memória.
A consciência de Graciliano Ramos em relação ao caráter parcialmente ficcional das suas
memórias está evidenciada no seguinte trecho
(A) Resolvo-me a contar, depois de muita hesitação, (4.1)
[B] Também me afligiu a ideia de jogar no papel criaturas vivas, (£. 6)
(C) Outros devem possuir lembranças diversas. (£. 26-27)
(D) conjugam-se, completam-se e me dão hoje impressão de realidade. (. 27-28)