Leia o texto a seguir.
Até hoje se assumiu que todo o nosso conhecimento teria de regular-se pelos objetos; mas todas as tenta-
tivas de descobrir algo sobre eles a priori, por meio de conceitos, para assim alargar nosso conhecimento,
fracassaram sob essa pressuposição. É preciso verificar pelo menos uma vez, portanto, se não nos sairemos
melhor, nas tarefas da metafísica, assumindo que os objetos têm de regular-se por nosso conhecimento, o
que já se coaduna melhor com a possibilidade, aí visada, de um conhecimento a priori dos mesmos capaz de
estabelecer algo sobre os objetos antes que nos sejam dados. Isso guarda uma semelhança com os primeiros
pensamentos de Copérnico, que, não conseguindo avançar muito na explicação dos movimentos celestes sob
a suposição de que toda a multidão de estrelas giraria em torno do espectador, verificou se não daria mais
certo fazer girar o espectador e, do outro lado, deixar as estrelas em repouso.
(KANT, |. Crítica da Razão Pura. Tradução de: Fernando Costa Mattos. 4.ed. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária
São Francisco, 2015. p.29-30. (Coleção Pensamento Humano))
Immanuel Kant (1724-1804), ao recomendar uma inversão dos papéis das fontes do conhecimento, faz alusão a
Copérnico e sua proposta de substituir o modelo geocêntrico pelo modelo heliocêntrico.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre Teoria do Conhecimento, discorra sobre o significado da “Revo-
lução Copernicana” no pensamento de Immanuel Kant.